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Na TV, linguagem visual e salário mais alto atraem estudantes

  • Foto do escritor: Mapa do Estágio
    Mapa do Estágio
  • 3 de dez. de 2017
  • 5 min de leitura

Atualizado: 5 de dez. de 2017

Emissoras costumam aproveitar jovens que passaram pelo treinamento interno


Salário alto, linguagem audiovisual e chance de falar para mais gente. Esses são alguns dos motivos que levam alunos de Jornalismo a buscar estágio em emissoras de televisão. Estudantes que conseguiram o disputado estágio em TV compartilham suas experiências e dão o caminho das pedras para quem está atrás de uma oportunidade.


Amanda Prado já está na reta final do curso de Jornalismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a UFRJ, e concilia os últimos momentos da graduação com o estágio na TV Globo. Ela atua na produção e reportagem da editoria Rio dos telejornais, principalmente os locais, como o RJTV, mas também trabalha eventualmente para o Bom dia Brasil, Jornal Hoje e Jornal Nacional – outros grandes programas da maior emissora da América Latina.


Segundo Amanda, o processo seletivo “Estagiar”, que abre portas para estudantes de diversas áreas da comunicação, foi dividido em 5 etapas: triagem de currículo online, prova online, dinâmica em grupo, painel com gestores da empresa e, por fim, entrevista individual. Para a jovem, o maior ponto positivo de trabalhar em televisão é o alcance do veículo, já que é o meio que chega a mais brasileiros. No entanto, muitas vezes a abordagem dos temas e assuntos pode ser superficial devido ao curto espaço de tempo.


“Eu amo trabalhar em TV”, ela conta. Amanda diz que o ambiente é diverso, composto por jornalistas de diferentes idades, gênero, raça, orientação sexual, religião e até região do país – ela mesma é de Teresina, no Piauí. “Acho um espaço de troca muito rico.”


O programa de estágios da TV Globo paga R$ 1,4 mil pela jornada de seis horas diárias, além de vale-refeição, vale-transporte e plano de saúde. Para quem pensa em iniciar a jornada profissional estagiando na TV Globo, uma boa notícia: há sim muitas chances de crescimento e contratação dentro da empresa: “Conheço várias pessoas que passaram por isso, boa parte dos meus chefes foram estagiários”, diz Amanda.


Para a colega de trabalho Isabela Reis, também estudante da Escola de Comunicação da UFRJ, estagiar em TV é uma ótima oportunidade de aprendizado diário: “É uma mega experiência para entender o mercado de comunicação e como funciona o jornalismo”.


Aluno do sexto período de Jornalismo da UFRJ, Leonardo Barreto estagia na TV do grupo Bandeirantes. Começou o estágio na área de apuração para televisão e de lá foi para a rádio. "A apuração da Bandeirantes fica na rádio, então todo mundo que é contratado para televisão ou para a rádio trabalha junto", explica ele. Leonardo era responsável por fazer notas, apurar matérias, receber denúncias de ouvintes... Quatro meses depois, recebeu um convite para a TV, deixando de ser apurador e se tornando produtor.

O processo seletivo para a vaga foi bem simples. "Fiz a prova, conversei com o coordenador da apuração e gravei um áudio", conta ele. O estagiário afirma que na Band existe esse hábito de contratar muito rápido, não costumam fazer processos seletivos longos. Chamam entre 5 e 10 pessoas que já tenham mandado o currículo e fazem o processo em um dia. O salário é de aproximadamente R$ 450.


Como produtor, a função de Leonardo é basicamente buscar informações que ajudem o repórter na hora de apurar e escrever. Procurar personagem, especialista, dados, escrever, encontrar matérias relacionadas... "Por exemplo, se a inflação vai subir 3% em agosto vou falar o quanto isso cresceu em relação ao ano passado, quais foram os fatores que levaram a esse aumento, procuro personagens e especialista", explica ele.


Para Leonardo, o ambiente de trabalho é um dos melhores aspectos do estágio na Band. "Minhas chefes conversam, dão apoio, falam o que tem que melhorar, quando erro também falam comigo sem problemas", conta ele. Além disso, ele destaca os benefícios de se trabalhar na TV. "É muito legal porque você consegue reunir três linguagens: a linguagem escrita, através de uma tarja, de uma arte; você tem o som, com o repórter e o personagem falando; e também tem a imagem. Além disso, é um meio de muita visibilidade", afirma ele.

Assim como em qualquer outro trabalho, existem também algumas dificuldades. O maior desafio, para Leonardo, está em "fazer a matéria se adequar às limitações que você tem". Muitas vezes os personagens moram em bairros diferentes, ou trabalham e não têm horário disponível. "Isso é muito complicado", diz ele.


Hoje o estagiário já trabalha como produtor há aproximadamente seis meses, e pretende continuar. "Vejo sim chances de ser contratado, agora a Band está com um novo programa de trainees", conta. Ele afirma estar com a mente aberta para outras possibilidades, mas está feliz e não descarta continuar por mais tempo. "A Band tem um nome e uma boa infraestrutura para fazer uma matéria decente, isso é bem legal."


Dentro do universo da televisão, existem também possibilidades para estudantes de Jornalismo em funções mais ligadas à comunicação como um todo. Na Globosat, por exemplo, muitas vagas de estágio nas mais diversas áreas dos canais são preenchidas por futuros jornalistas. Um desses canais é o Multishow, no qual dois dos quatro estagiários da equipe de Novas Mídias são alunos de Jornalismo. Um deles trabalha com edição de vídeos para as redes sociais enquanto o outro lida com questões operacionais e analíticas dos produtos digitais do canal.


Outro canal do grupo Globosat que segue o mesmo caminho é o Telecine, que mesmo sem produzir conteúdo próprio oferece oportunidades para os estudantes de jornalismo. Luisa Barbosa, aluna da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e estagiária do Telecine Play, plataforma de vídeos sob demanda, é uma das pessoas que ocupam essas vagas. Ela está no 7º período do curso, completou um ano e meio na Globosat e acabou de ser efetivada na empresa. Segundo ela, quando se inscreveu pelo site vagas.com, um dos requisitos era que o candidato fosse aluno de Jornalismo.


O salário do estagiário na Globosat é R$ 1.320 por seis horas diárias, mais vale-refeição. O processo seletivo incluiu diversas etapas, entre seleção do currículo, prova, dinâmica de grupo e entrevista com os gestores. “Foi tudo muito rápido, no mesmo dia da dinâmica me chamaram para a entrevista no dia seguinte e saindo de lá já me deram a resposta final”, conta Luisa. “Achei o processo justo porque pude mostrar, tanto na prova como na dinâmica, os conhecimentos que eu tinha e que me tornariam uma ótima profissional para a vaga”, afirma.


Hoje, as funções de Luisa estão relacionadas à organização do conteúdo no Telecine Play: criação de especiais, elaboração de sinopses, classificação de gênero e subgênero e avaliação dos filmes, além de auxiliar na preparação dos materiais que entram na plataforma. Para ela, os maiores desafios da vaga estão nos detalhes dos processos. “É muito importante que não passe nenhum erro durante o meu trabalho para que não acabe resultando em uma experiência ruim para os usuários”, ressalta.


Além das funções que serão executadas, uma grande preocupação de todos que vão começar em uma nova empresa é em relação ao ambiente de trabalho. Segundo Luisa, “no Telecine e na Globosat como um todo, é tudo muito agradável e leve. Por ser uma empresa de comunicação, a interação é frequente e se está sempre em contato com recursos criativos e ideias novas”.


No caso dos estagiários, outro ponto importante são as chances de crescimento dentro da empresa. Segundo Luisa, que acabou de ser contratada em uma vaga de analista antes mesmo de terminar a faculdade, não há com o que se preocupar. “Eu vejo muita oportunidade de crescimento na Globosat. Lá dentro, se você mostra bons resultados no estágio e existe uma vaga disponível, com certeza vão preferir você a uma pessoa de fora”, afirma.





Hugo Daflon, Raphaela Ramos, Scarlett de Mattos e Vinicius Camara

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@2017 site produzido para a disciplina de Redação Jornalística 2, ministrada pela profª. Fernanda da Escóssia (ECO/UFRJ)

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