O que dizer na hora da entrevista de estágio
- Mapa do Estágio
- 2 de dez. de 2017
- 4 min de leitura
Atualizado: 8 de dez. de 2017
Especialistas dão dicas sobre como se preparar para não ser vencido pelo nervosismo
Em qualquer processo seletivo para o estágio, um dia em especial provoca frio na barriga: o dia da entrevista. Como se preparar? O que dizer? Valkiria Martinez, funcionária de aquisição de talentos da agência de notícias Bloomberg, e os jornalistas Peter Millard, chefe de redação da Bloomberg, e Thiago Prado, editor e subchefe da sucursal Rio de Janeiro da revista Veja, selecionaram algumas dicas importantes para auxiliar o candidato nesse momento tão importante e destacaram aspectos que observam na hora da entrevista.
Em primeiro lugar, ambos os jornalistas chamam atenção para a necessidade de estudar a fundo o local para onde se está tentando uma vaga. É preciso pesquisar na internet e ler o conteúdo do veículo, seja jornal, revista ou meios digitais. Também é fundamental saber se o domínio de algum idioma é necessário ou se a vaga exige alguma habilidade específica. Na Bloomberg, por exemplo, uma empresa internacional, o inglês é requisito básico. Peter Millard ressalta que a fluência não é necessária, mas é importante que o candidato à vaga esteja apto a se comunicar no idioma.
Outro ponto importante é o conhecimento sobre assuntos atuais no Brasil. O trabalho do jornalista é informar, e na hora da entrevista é interessante saber os principais assuntos no noticiário, principalmente temas tratados no veículo para onde se está tentando a vaga. Peter afirma sempre fazer perguntas sobre tópicos recentes que aconteceram no país, sobretudo mercado financeiro, foco da Bloomberg. Para Thiago, gostar de ler é requisito básico. “Sempre procuramos saber de que maneira o candidato se informa, que tipo de veículos ele costuma ler. Nessa hora é importante mostrar repertório, ler um pouco de tudo e ter um campo de interesse variado. Saber um pouco sobre política, economia, educação”, afirma.
Na hora da entrevista, o nervosismo bate, mas é importante controlar a ansiedade e se expressar bem. Para Peter, um dos principais pontos observados no candidato é a autoconfiança. Segundo ele, é fundamental demonstrar uma atitude firme durante a entrevista. “Eu observo o nível de confiança. Vejo se o candidato pode lidar com uma situação de um pouco de estresse”, conta. Thiago concorda. “É normal ficar nervoso durante uma entrevista, mas é importante mostrar serenidade. Se você fizer todo o seu deverzinho de casa e se sentir preparado, naturalmente vai ficar menos ansioso”, explica. “Dá pra perceber quando o candidato tá nervoso e consegue se expressar e quando o nervosismo é tanto que ele nem consegue falar”, opina Valkiria.
Uma outra atitude positivamente avaliada pelos gestores é manter a conversa o mais natural possível. Não tornar o papo desagradável e passivo. “Com bom senso, você pode ir fazendo perguntas, mostrando curiosidade sobre como é o trabalho do estágio, o que um estagiário faz na empresa. Isso vai fazer você ganhar pontos”, diz Thiago. Valkiria, responsável pelas primeiras fases do processo seletivo da Bloomberg, realizadas ainda por telefone, concorda. “No contato com o gestor ou com o profissional do RH da empresa, é o momento em que o candidato mostra seu interesse e tira suas dúvidas”, afirma.
Mesmo nas entrevistas por telefone, é possível evitar surpresas. Valkiria revela que o primeiro contato com o candidato serve para, além de checar as informações do currículo, avaliar se há afinidade entre a cultura da empresa e as características do estudante. Algumas empresas agendam o contato telefônico, outras ligam sem aviso prévio, inclusive para marcar entrevistas presenciais. É comum que, se for requisito para a vaga, a capacidade do candidato de conversar em inglês seja testada imediatamente.
Quando a entrevista é presencial, as competências para a área na qual pretende estagiar, habilidades socioemocionais e o comportamento, desde o modo de falar à postura física, são quesitos importantes de avaliação dos candidatos. No Brasil, a prática do ‘feedback’ ainda não é comum nos processos seletivos e acaba confundindo os alunos. Saber os critérios de avaliação para cada etapa, no entanto, ajuda os jovens a controlar a ansiedade e saber quais aspectos pessoais desenvolver a cada processo seletivo.
Para Valkiria, uma característica eliminatória na hora da entrevista é não ter uma posição firme e assertiva sobre o que realmente quer ou simplesmente estar inadequado ao perfil buscado pela empresa. “Às vezes encontramos candidatos com o currículo completíssimo. No papel parece perfeito para a vaga, mas aí quando começamos a conversar ele não sabe o que quer ou não tem o perfil da vaga. Isso dá pra notar facilmente com perguntas muito básicas”, explica. Outro ponto muito avaliado pela profissional de RH é a vontade de aprender do candidato. “Procuramos pessoas proativas e abertas, que estejam dispostas a aprender”, afirma.
Algumas tendências começam a despontar nas seleções de estágio, principalmente os corporativos. Entrevistas online através de chamadas de vídeo já são realidade, e cada vez mais os candidatos são convidados se apresentar em vídeos de no máximo três minutos. A ideia é que os estudantes narrem os principais desafios que já viveram, o que aprenderam e quais são seus objetivos de vida.
Preparamos um vídeo com esses profissionais e algumas dicas dadas por eles para o dia da entrevista. Fique ligado!
Thiago Prado, editor e subchefe da sucursal da Veja no Rio
Isabela Izidro, Kariny Leal, Mariana Martins e Nathália Braga
Comentarios